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O ódio que você semeia


Eu queria ler algo diferente, mas não fazia ideia do que estava rolando. Fiz algumas pesquisas e o livro da Angie Thomas me chamou a atenção logo de cara por seu título. Pesquisei sobre algumas críticas e resenhas e soube na hora que ele estaria no topo da minha lista de próximas leituras. Se eu tivesse que resumir O ódio que você semeia em uma palavra seria: real. Nos primeiros capítulos damos de cara com uma cena brutal e completamente injusta e mesmo assim a narrativa continua te prendendo até a última página. Ao longo do livro enxergamos nossos privilégios (de pessoas brancas) de forma clara e genuína. Tentamos nos colocar no lugar da Star e perceber o medo e a responsabilidade de ser a única testemunha e de sentir um misto de raiva, ódio e frustração por mudarem a narrativa de uma forma tão desonesta. Mas principalmente de enxergar que “às vezes, você pode fazer tudo certo, e mesmo assim as coisas dão errado”.

Lembrei da quantidade de vezes que vi no jornal passeatas por familiares que perderam seu ente querido por causa do racismo e a brutalidade policial e como a narrativa era a mesma do Khalil. Meu coração transbordou de lágrimas e tristeza porque são vítimas demais, manipulação demais e principalmente a essa brutalidade é apoio demais. O livro é cheio de privilégios, desigualdade e realidade (o racismo existe mesmo quando você escolhe não falar, ver ou combater), mas também transborda de amor, empatia e luta pela justiça. Leia “O ódio que você semeia” antes que o mês termine, antes que o ano vire, antes que o coração endureça.

Algumas frases que adorei:

“Ás vezes, você pode fazer tudo certo, e mesmo assim as coisas dão errado. O importante é nunca parar de fazer o certo”.

“Esse é o problema. Nós deixamos as pessoas dizerem coisas, e elas dizem tanto que se torna uma coisa natural para elas e normal para nós. Qual é o sentido de ter voz se você vai ficar em silêncio nos momentos que não deveria?“

“Aprendi que as pessoas cometem erros, e você tem que decidir se os erros são maiores do que seu amor por elas”.

“Eu não sabia que uma pessoas morta podia ser acusada pelo próprio assassinato, sabe?“

“Ele disse que THUG LIFE era sigla de The Hate U Give Little Infants Fucks Everybody, ‘‘o ódio que você passa para as criancinhas fode com todo mundo’’”.


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